O mapa do Grito do Ipiranga
- carolinedaluzmorae
- 13 de mai.
- 2 min de leitura
O Brasil foi inventado, como todo Estado-Nação. A construção de um país e a criação de um povo unificado sob uma mesma bandeira geralmente é um processo marcado por violência.
Vamos falar de astrologia política e sabemos que tudo acontece sob um céu. Guerras, revoluções: tudo tem um mapa. Pensando nisso, é possível estabelecer a data de nascimento de uma nação?
As datas cívicas são escolhas arbitrárias. Quem tem poder detêm a hegemonia sobre o discurso histórico. Uma versão dos fatos é legitimada e reconhecida como versão oficial.
A astrologia, como toda área de conhecimento, não é neutra. Para quem dirigimos a nossa fala? Quais discursos reforçamos ou combatemos?
Existe um debate na astrologia mundana sobre qual mapa utilizar como o Nascimento do Brasil. O mapa do grito do Ipiranga é o mais utilizado.
O episódio, idealizado na tela de Pedro Américo, ocorreu no dia 7 de Setembro de 1822, aprximadamente às 16:30. Aqui o mapa foi aberto para São Paulo.

O ascendente está no grau 27 de Aquário. A casa 1 representa o país. Seu regente é Saturno em Touro, angular, na casa 4. Aqui estão os recursos minerais e as terras cultivadas do país. Em signo fixo e de elemento terra, podemos ver a tradição agrária aqui. Saturno também rege a casa 12, que trata da condição de exclusão e escravidão. Aqui está narrada a emancipação que manteve o poder nas mãos dos proprietários de terra e escravos.
D. Pedro I é Marte em Escorpião. Domiciliado e angular, tem facilidade para se expressar. Seu governo foi marcado pelo autoritarismo, aqui temos a construção da imagem do líder militar, herói da independência.
A Lua, representante do povo, em Gêmeos na casa 5, trata de lugares de prazer e diversão. Está aqui a imagem construída do brasileiro como povo alegre e cordial. Hoje a historiografia desconstrói esse mito. O Brasil não é uma unidade. Povo é uma composição diversa, não é nada pacífico e passivo, é agente da própria história.
Queremos um Brasil de muitas cartas astrológicas, que contem as histórias das revoluções, dos rebeldes, das mulheres, dos negros e indígenas.
No bicentenário, o atual governo tenta sequestrar a data e sua simbologia. Por que será?





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